Absurdo: Em menos de 48 horas, a cidade teve 142 milímetros de chuva; o volume esperado para um ano inteiro é de 94,7 milímetros. Esse foi o maior volume registrado em, pelo menos, 75 anos, desde o início da série histórica.
Em pleno deserto, a cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, parou na última terça (16) devido a um problema incomum: a chuva. Foi a tempestade mais intensa por lá em pelo menos 75 anos.
Segundo a agência de notícias estatal WAM, Dubai viveu um “evento climático histórico” que ultrapassou “qualquer registro documentado desde o início da série histórica, em 1949”.
As chuvas também atingiram países vizinhos, como o Bahrein, Omã, Catar e Arábia Saudita. No entanto, os Emirados Árabes Unidos foram os mais afetados.
Fator humano
As causas do fenômeno ainda são desconhecidas, mas, de acordo com a agência de notícias Associated Press, uma das razões pode ser uma “semeadura de nuvens” mal calculada.
A “semeadura”, ou “cloud seeding”, em inglês, é uma intervenção humana que consiste em bombardear nuvens com produtos químicos específicos, como iodeto de prata ou gelo seco. O governo dos Emirados realiza voos para esse propósito regularmente.
Os Emirados Árabes Unidos dependem em grande parte de usinas de dessalinização para obter água potável, num processo caro, que consome muita energia. Por isso, eventualmente o país utiliza a semeadura de nuvens para aumentar a presença de água no subsolo.
Segundo a AP, relatos de meteorologistas locais dão conta de que o Centro Nacional de Meteorologia realizou seis ou sete voos de “semeadura de chuvas” antes das tempestades.
A agência de notícias localizou registros de monitoramento de aviões de pelo menos um desses voos.
Um jornal ligado ao governo da capital dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, reportou autoridades dizendo que não houve nenhum voo do tipo na terça-feira, sem mencionar a ocorrência nos dias anteriores.