Paulo C. Pinto
Eternamente Annunnaki e equipe
Epoidesuchus_tavaresae: uma nova cara para os crocodilos pré-históricos do Brasil!
O noroeste paulista já se provou como uma fonte inesgotável de fósseis de Notosuchia, um grupo de animais pré-históricos relacionados aos crocodilos e jacarés atuais.
Paleontólogos seguem descobrindo novos fósseis como em nenhum outro lugar no planeta, compondo uma comunidade de animais com os mais variados hábitos, formas, dietas e tamanhos.
Dessa vez, uma equipe de paleontólogos descreveu fósseis encontrados nas imediações da cidade de Catanduva.
Os novos materiais se resumem principalmente a partes do crânio e mandíbula do animal, considerado uma forma de Notosuchia com rostro alongado diferente o suficiente para ser tido como um novo gênero e espécie, Epoidesuchus tavaresae.
O nome dá pistas sobre a história do bicho: Catanduva é conhecida como “Cidade Feitiço”, e Epoidesuchus pode ser traduzido do grego antigo como “crocodilo mágico”. Já o epíteto, tavaresae, é uma homenagem à Sandra Tavares, paleontóloga do Museu de Paleontologia de Monte Alto, onde os espécimes foram depositados após sua descoberta.
Além da descrição, também foi conduzida uma análise filogenética com a finalidade de entender as relações evolutivas do Epoidesuchus com outros Notosuchia. Foi constatado uma proximidade com outras espécies de rostro alongado, denominadas no trabalho como Pepesuchinae.
Na história dos crocodilos, um rostro alongado geralmente está associado a hábitos aquáticos. De acordo com as novas informações, foi levantada a hipótese de que, num ambiente particularmente rico em espécies de Notosuchia, Pepesuchinae como o Epoidesuchus estariam em processo de adaptação à ocupação de ambientes aquáticos.
Essa pesquisa envolveu pesquisadores e alunos de pós-graduação da UNESP Ilha Solteira, UNESP São José do Rio Preto, USP São Paulo, USP Ribeirão Preto, Museu de Paleontologia de Uchoa e University of Tübingen, Alemanha.
✍ Jornal Tempo